Com exceção dos polos extremos do nosso planeta (círculo polar ártico e o continente antártico) as pragas, sejam elas urbanas ou rurais, estão por todos os outros lugares do mundo. Vimos em matérias anteriores a esta que, a incidência de insetos, aracnídeos, quilópodes e pequenos vertebrados transmissores de doenças, pode ocorrer de forma constante e em grandes números a depender de fatores como: clima, relevo, sazonalidade, interferência humana entre outros. Contudo, algo que geralmente não entra nesta discussão, remete a aparição de pragas estando ligada a manifestações naturais do próprio ambiente e, além disso, a existência de um controle biológico por trás. Veremos a seguir, métodos convencionais utilizados para o controle de pragas urbanas e posteriormente colocando o equilíbrio biológico como importante fonte deste controle.
Dentre os artifícios utilizados para conter o avanço das pragas, o mais aplicado é a dedetização, que consiste no manuseio de equipamentos especializados e substâncias específicas para cada tipo de praga. Uma outra maneira não tão eficiente quanto, mas que pode render um bom resultado, é a prevenção através da limpeza e higienização frequente do ambiente, eliminando resíduos, limpando superfícies, trocando o lixo e verificando locais de difícil acesso como ralos, cantos de parede e espaços onde tem maior concentração de umidade, por exemplo.
Dito isso, uma outra forma de manter as pragas longe de nós são outros animais que, por vezes, não são bem vindos ao ambiente onde convivemos e que podem até mesmo ser confundidos com pragas e alguns casos. Estamos falando de bem-te-vis, calangos, corujas, lagartixas, libélulas, rãs, salamandras, sapos, tatus e uma infinidade de outras espécies. Os aqui citados, são os mais comuns no Brasil e fazem parte do nosso dia a dia, apesar de muitas vezes serem abatidos ou expulsos por nós, seja por medo, desinformação e superstição.
Você sabia que graças ao seu instinto caçador, até mesmo o seu gatinho pode ser um aliado no controle de pragas como ratos e baratas? Falando neles, os ratos, assim como insetos e até mesmo cobras e escorpiões, estão entre os alimentos favoritos de muitas espécies de corujas, incluindo àquelas que habitam as cidades como é o caso da coruja-buraqueira e a famosa suindara ou popularmente chamada de coruja-de-igreja. Sapos, rãs e pererecas apreciam um amplo banquete que inclui moscas, pernilongos, formigas, cupins e até mesmo gafanhotos e aranhas. Lagartixas também possuem uma dieta muito parecida com a dos sapos, tendo uma maior preferência por pequenos insetos e podendo se alimentar de mais de 100 unidades deles em um único dia.
Para nós que estamos acostumados a enxergar animais silvestres comuns como desnecessários, ou simplesmente os ignoramos em alguns casos, não conseguimos perceber a sua importância para o meio em que vivemos. É certo que muitas cidades são responsáveis por abrigar centenas ou até milhares destes, entretanto, é fundamental percebermos que, em ampla magnitude, não são eles que estão invadindo o nosso espaço, mas nós quem estamos transformando seu ambiente natural. Tê-los como aliados ao invés de inimigos, além de nos beneficiar, é uma forma de preservar o meio ambiente e manter o equilíbrio natural fazendo o seu papel.
Um outro ponto que vale a pena ser mencionado, é que o auxílio dos controladores naturais de pragas não se estende a todas as nossas necessidades. Sua preservação é importante, mas existem casos mais extremos que pedem uma intervenção profissional. Isso ocorre quando métodos caseiros e naturais não são o suficiente para conter o número de pragas alojadas no seu espaço. A melhor solução é a prevenção, portanto, seguir as recomendações da ANVISA e dedetizar seu espaço periodicamente, evita grandes problemas. É o trabalho em equipe com você, nós e a natureza que trará mais saúde e bem estar para você e sua família.
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