O reino dos fungos é um dos mais fascinantes e complexos da natureza. Temos exemplares que variam de tamanhos infimamente pequenos, como é o caso dos microsporídios e extremamente grandes como o armillaria ostoyae, chegando aos mais de 8 quilômetros quadrados de extensão. Podem ser encontrados em quase todas as partes do planeta, servindo tanto para alimentação, quanto para a medicina, apesar de muitos destes, possuírem toxinas letais e esporos prejudiciais à nossa saúde.
No universo das pragas urbanas, os fungos também podem formar verdadeiras infestações, alastrando-se dentro e fora de casa e por estarem presentes no nosso dia a dia, é importante sabermos como e até que ponto estes organismos nos atingem. Veremos daqui em diante, alguns tipos de fungos que afetam a nossa saúde, as principais patologias que podem ser adquiridas por meio deles, assim como, suas respectivas formas de tratamento e prevenção.
Assumindo formação unicelular ou pluricelular, os fungos não produzem seu próprio alimento, por isso, normalmente buscam a matéria orgânica disponível como fonte de nutrição, além de algumas espécies, sobreviverem como parasitárias através da interdependência mútua em conjunto com outros seres vivos, como é o caso dos liquens. A reprodução fungi é realizada tanto de forma assexuada, quanto sexuada, geralmente mediante a liberação de esporos.
Na natureza, podemos encontrar dezenas de milhares de espécies de fungos, classificadas em quatro grupos distintos: 1) chytridiomycota, tendo os quitrídios como representantes; 2) Zygomycota, abrigando mofos e bolores de pão; 3) Ascomycota representado pelas leveduras; 4) Basidiomycota, grupo do qual cogumelos e decompositores fazem parte. A maior parte das doenças que atingem os seres humanos, são derivadas dos dois últimos grupos. Os exemplos mais comuns de patologias causadas por fungos são:
- pano branco – infecção fúngica não contagiosa que provoca manchas brancas nas partes mais oleosas da pele, provocando coceiras, intensificadas especialmente em climas quentes e úmidos. O pano branco pode ser facilmente tratado por meio de comprimidos, pomadas, sabonetes e shampoos antifúngicos receitados pelo dermatologista.
- onicomicose – micose localizada nas unhas, em geral dos pés. Caso sinta alterações na coloração, textura ou forma natural das unhas, odores desagradáveis e fissuras, procure o dermatologista. A doença é adquirida após a exposição de pés e mãos desprotegidos ao fungo em ambientes de altos índices de umidade. O tratamento é feito a base de esmaltes, cremes e/ou comprimidos contra fungos.
- candidíase – assim como as anteriores, trata-se de uma infecção, afetando especificamente a região do corpo onde se encontra a virilha, o períneo, o ânus e a genitália. Apesar de alguns terem maior propensão para desenvolver a doença, esse tipo de fungo faz parte da flora natural do corpo humano, se desenvolvendo com a queda do sistema imunológico. Dor, ardor, coceira e no caso dos órgãos genitais, corrimento com cor, textura e cheiro diferentes do habitual, são alguns dos sintomas. O tratamento é feito normalmente com a aplicação de pomada antifúngica no local e comprimidos antimicóticos.
- histoplasmose – podendo ser inicialmente assintomática, ocorre após a inalação de minúsculos esporos encontrados em fezes de animais como pombos, morcegos e na matéria orgânica em processo de decomposição. Ao entrar no corpo, os esporos podem provocar inflamações, atingindo especialmente o pulmão e podendo migrar para outros órgãos a medida em que a doença se desenvolve. Ao sentir fadiga, dor no peito, febre, tosse e perda de peso, procure o médico imediatamente para que seja feito o tratamento adequado a base de antifúngicos e analgésicos.
- criptococose – também pode ser adquirida por meio da matéria orgânica e das fezes de pássaros, com a aparição de qualquer sintoma variando entre 2 dias a um ano e meio, não sendo contagiosa. Alguns dos sintomas também se assemelham a histoplasmose, contudo, no caso da criptococose, dores de cabeça, rigidez na nuca, náuseas, vômitos, confusão mental, erupções cutâneas e alteração de visão, fazem parte da lista. Para tratar a doença, é necessário a ajuda de um profissional para a aplicação de medicamentos contra fungos e infecções.
Como vimos até aqui, o tratamento existe para todas as doenças citadas possuindo grande eficácia na maioria dos casos, com exceção de certas complicações e descobertas tardias. Mas mesmo diante das alternativas que a medicina nos proporciona, a melhor opção ainda é a prevenção. E de que maneira podemos evitar a contração destas doenças?
- Inicialmente vale ressaltar que elas geralmente são adquiridas ou desenvolvidas pela baixa atividade imunológica do nosso organismo, logo, uma das maneiras mais eficazes de prevenir é ter uma boa alimentação e praticar atividades físicas regularmente.
- Deve-se evitar andar descalço em ambientes propensos ao acúmulo de decompostos ou fezes de animais, assim como evitar tocar em objetos e superfícies supostamente contaminadas, caso esteja com algum corte ou ferimento nas mãos.
- Cuidar bem da saúde das unhas e da higiene íntima é uma ótima maneira de evitar o acúmulo de fungos e microrganismos na região, além de promover o equilíbrio do PH genital.
- Por fim, uma forma quase infalível de se preservar e escapar da possibilidade de adquirir algumas das doenças citadas, é fazer a limpeza frequente da casa, especialmente nas áreas externas, com maior risco de acúmulo residual e de matéria orgânica.
Lembrando que em alguns casos, a presença de fungos pode fugir do controle, sendo necessária a solicitação do serviço especializado para dar conta do problema. Fungos podem ser silenciosos, perigosos e por vezes mortais; além do que já foi mencionado até aqui, também podem provocar alergias e doenças respiratórias como rinite e sinusite. Prefira sempre o seu bem estar!
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